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quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Aramando seu Bonsai


A aramação de um bonsai ocorre quando você deseja definir melhor sua forma. Às vezes você quer abaixar algum galho, ou levantá-lo, direcioná-lo para outro lado… O arame é quem vai te ajudar a fazer isso, o ideal é que se use arames de cobre ou alumínio (por serem mais maleáveis), mas podemos utilizar outras técnicas também, como veremos abaixo…
Importante: Lembrem-se que quando decidirmos recorrer à técnica de aramar um Bonsai, não podemos esqueçer:
  • O arame deve ser constantemente vigiado, para evitar cortes no tronco ou nos ramos.
  • As árvores coníferas (pinheiros, juníperos, ciprestes...) devem ser aramadas no Inverno, mantendo o arame durante aproximadamente um ano.
  • As árvores decíduas (macieiras, laranjeiras, limoeiros...) devem ser aramadas no Verão, mantendo o arame por três meses, ou seja, até ao Outono.
  • Uma vez retirado o arame, certifique-se que a árvore não volte à posição inicial. Se assim acontecer, pode voltar a usar a mesma técnica no ano seguinte.
Dica: Se existirem marcas do arame na árvore, pode pintá-las com vedante para cortes ou pasta selante.

Primeiro passo: Analise sua árvore, veja as opções de galhos, às vezes não é possível aramar todos os galhos que você quer, alguns podem já ser velhos e duros, e tentar aramá-los pode resultar na quebra dos mesmos (um detalhe, é possível que você quebre um ou outro galho, não fique com medo, é normal nas primeiras vezes), outros podem ser muito jovens e mais fáceis ainda de quebrar. O ideal é que você crie espaço entre os galhos, o suficiente para que as folhas possam respirar melhor, mas não tanto a ponto de ficar com grandes “buracos” no tronco.A aramação deve ser feita em espiral, como nos exemplos abaixo:
Mas lembrem-se de só dobrar para dar forma após a completa aramação!

Escolhendo o calibre do arame
Conforme a necessidade você pode iniciar com um arame de calibre mais grosso e depois mudar o calibre conforme mostra este diagrama. Procure iniciar o arame mais fino sempre pela parte posterior; questão de estética apenas.
Aramando galhos
O diagrama sugere iniciar a aramagem do tronco para os galhos mais finos. Baseado no desenho a cores da primeira imagem, procure identificar o encaminhamento dos arames neste caso.
Iniciando a Modelagem
1. Enfie o arame no solo na parte de trás do tronco.
2. Torça o arame em volta no tronco paralelo ao solo.
3. A partir dai procure trabalhar com um ângulo de 45 graus conforme a figura.
4. Quando mais de um arame for necessário devido a grossura do tronco trabalhe os dois juntos. 
Neste último exemplo, estamos usando o mesmo pedaço de arame para prender dois galhos, um servindo de âncora para o outro, o que nos leva a outro detalhe: Apenas enrolar o arame em espiral, não vai adiantar nada, é preciso prender o início do arame em algum lugar (e não deixar o final pendurado também), pode-se usar o tronco como “âncora“, a base do “Y” que as ramificações do galho fazem, ou até mesmo o próprio vaso, como no exemplo abaixo.
Outro detalhe… Segundo as normas estéticas do cultivo de bonsai, o correto é não cruzar arames. Se você for passar outro arame, por um lugar que já exista um, o segundo precisa seguir o movimento do primeiro. Pode acontecer disso não ser possível, algumas vezes, então ou você procura outro lugar para usar como âncora, ou então quebra as normais estéticas. Veja bem, essas normas são para bonsai em exibição, não é algo que precise ser seguido, cruzar arames não vai matar o bonsai, só não vai deixá-lo tão bonito quanto os que foram aramados seguindo as normas.A aramação de um bonsai é um assunto bem extenso, vou dividir o post em duas partes então, para não ficar tão cansativo de se ler.Outro detalhe importante é:
Não esmague as folhas e não estrangule o ramo.O primeiro desenho é a forma correta de se fazer, repare como as folhas estão esmagadas no segundo desenho, isso só prejudicará a planta. O arame é só para “educar” o ramo (ou galho, como quiser chamar) e não para torturar o bonsai. É preciso fazer a aramação com cuidado, como eu já disse anteriormente, sem quebrar os ramos ou machucar a planta, mas ao mesmo tempo você precisa ter a mão firme, e não deixar o arame folgado. Basicamente é isso, espiral, com uma boa angulação, sem esmagar as folhas e sem fazer malabarismos com o ramo.O tempo de permanência dos arames varia de planta para planta, mas o ideal é que não ultrapasse 6 meses, mesmo que você tenha que removê-los e colocá-los no mesmo lugar, porque em 6 meses, é normal que os ramos engrossem, assim como o tronco, e o arame pode acabar deixando marcas no ramo/tronco, e você não quer um bonsai com essas marcas, certo? Pode ser que seu bonsai já mantenha a posição que você definiu em seus ramos, com apenas 2 meses de aramação, o tempo varia mais ou menos nessa faixa, de 2 a 6 meses. Como saber? Bom, se você achar que 2 meses já está de bom tamanho, retire os arames, se perceber que não adiantou, coloque-os novamente.Ao remover os arames, use SEMPRE o alicate, não reutilize os arames, pois já foram deformados e você pode acabar machucando a planta ao tentar removê-los sem o alicate.Esqueci de falar, né? O diâmetro dos arames… Procure usar um arame que tenha metade do diâmetro do ramo que está sendo aramado. Caso você coloque um arame muito fino, perceberá que o ramo não ficará na posição que você quer. Pela própria flexibilidade do arame, você conseguirá ver quais ramos ele poderá “educar“.Vou colocar aqui mais um exemplo de aramação, que é feita utilizando um peso, para puxar o ramo para baixo, algumas vezes é melhor usar essa técnica, ao invés de se aramar o ramo inteiro
Muito cuidado ao usar essa técnica, para não colocar algo muito pesado e quebrar o galho.Outro detalhe importante, nunca deixe as pontas dos arames soltas, caso não consiga envergá-las com as mãos, corte as sobras com um alicate.Caso você deseje aramar um galho muito velho (e pouco flexível), utilize proteção (ráfia vegetal ou borracha), para não machucar o bonsai. A proteção deve ser colocada entre o galho e o arame.Basicamente aramar é isso, claro que existem formas mais agressivas de se “educar” um galho ou tronco (inclusive aparelhos que mais parecem instrumentos de tortura), mas acredito que essas dicas iniciais sejam o suficiente para quem está iniciando na arte de cultivar bonsai. Espero ter ajudado e sanado algumas dúvidas.

Informações do texto reunidas dos trabalhos dos autores Vinicius Costa, Livro de Harry Tomlinson no seu O GRANDE LIVRO DO BONSAI, opiniões de José Augusto Cruz e desenhos de Ailton Mariz Costa, de Recife-PE e Sergivaldo Costa, de João Pessoa-CE

Adubação

Hoje vamos falar um pouco sobre a adubação de um bonsai, já que a falta de adubo é uma causa bastante comum da morte de muitos bonsai.
Em uma família padrão, desde pequeno vemos nossos avós, pais e outros adultos cuidando de plantas, eles enchem um vaso de terra preta e a plantinha fica lá por meses, anos… De vez em quando alguém joga água nela, e só. Esse é todo o cuidado que vemos, muito de vez em quando alguém vai lá e remove as folhas secas, ou então substitui alguma planta que veio a falecer, e quando começamos a cuidar de bonsai temos que reaprender a cuidar de plantas.
Descobrimos que não podemos usar somente aquela terra preta, que a rega deve ser diária (na grande maioria dos casos), podendo ser até 2, 3 vezes por dia (dependendo do calor), aprendemos que a poda é essencial para o desenvolvimento da planta (falarei sobre isso em um próximo post) e descobrimos também que precisamos alimentar a planta. “Ora, mas eu nunca vi meus pais ou avós adubando plantas!“, das duas uma… Ou eles realmente não adubavam as plantas, ou você não estava por perto quando eles faziam isso, mas é bem mais provável que a primeira opção seja a correta, e eu já explico o motivo, mas antes vamos compreender essa necessidade de adubar o bonsai.
Bonsai é uma árvore plantada em uma bandeja (basicamente), isso nós já sabemos, certo? Na natureza, esta mesma árvore seria capaz de conseguir alimento diretamente do chão, já no vaso, a situação muda. Por estar em um recipiente pequeno, com pouca terra, o bonsai pode rapidamente consumir todos os nutrientes presentes naquele solo, e é por isso que adubamos, para repor esses nutrientes e continuar provendo alimento para a árvore.

E como saber se preciso adubar o meu bonsai?

Em muitos lugares você vai ler que só se aduba a planta nos períodos de maior crescimento, ou seja, primavera e verão, só que isso nem sempre é válido, por exemplo aqui no Rio de Janeiro, como eu já disse antes, estamos SEMPRE no verão, no que chamamos de inverno aqui, as plantas até diminuem o crescimento, mas não entram em dormência, que seria a fase onde elas consumiriam menos alimento, ou seja, deixando que o adubo que estivesse sendo aplicado, ficasse no solo, podem aumentar a acidez do substrato e por conseqüência causar danos ao bonsai.
Mas esse site não é lido somente por cariocas, então é preciso cautela. Principalmente se estiver usando adubo químico.

Adubo químico? Existe mais de um tipo de adubo?

Existe. Na verdade, existem basicamente dois: químico e orgânico. O adubo químico tem a grande vantagem de não produzir qualquer tipo de odor, ou seja, ideal para quem cultiva bonsai dentro de casa, mas possui uma grande desvantagem também, caso você erre na dose do adubo, colocando mais do que o necessário, você pode matar seu bonsai, por isso use sempre metade de quantidade indicada pelo fabricante, lembre-se que esses adubos químicos (Biofert Plus, Sempre Verde etc.) não são feitos especificamente para bonsai, então eles não levam em consideração o tamanho reduzido do vaso, a quantidade menor de substrato e nem a rápida absorção pelas raízes.
Já o orgânico, permite que você erre um pouco na dosagem, é feito de susbtâncias naturais, mas possui um cheiro bem forte, na maioria dos casos, este cheiro é produzido durante a fase de fermentação da mistura, depois de alguns dias o odor some quase que por completo. Esse tipo de adubo é mais indicado para quem cultivar bonsai em locais abertos, já que o cheiro pode atrair moscas e incomodar as pessoas. Inclusive, o bonsaísta Claudio Ratto produz um adubo orgânico excelente, que eu uso em todas as minhas plantas e tenho tido ótimos resultados! E o melhor de tudo, o cheiro é bem fraco, quase imperceptível e depois de mais ou menos 7 dias, some por completo (e cada “dose” do adubo, pode durar até 3 ou 4 meses).
Na minha opinião, para quem está começando, o adubo químico é o melhor, seja ele líquido ou sólido, não sei se preciso explicar mas é sempre bom… O adubo líquido é diluído em água (sempre usando metade da dosagem recomendada pelo fabricante), e borrifado nas folhas do bonsai, já o sólido é colocado por cima do substrato, não muito perto das raízes do bonsai. A absorção desse adubo sólido se dá quando você rega seu bonsai, o adubo vai gradativamente liberando os nutrientes para a planta.
Uma dica: Ao se usar adubos químicos sólidos (como o Osmocote), ou você usa uma cestinha própria para adubos, ou então recorta um pedaço de meia-calça, fazendo uma espécie de saquinho, colocando o adubo dentro e amarrando para que ele não saia, dessa forma, você evita que o adubo entre no substrato quando você regá-lo, impedindo que ele entre em contato direto com as raízes, para que este não as queime.

E quando eu NÃO devo adubar o meu bonsai?

Nunca adube uma planta recentemente transplantada! Quando realizar o transplante, faça aplicação apenas de um hormônio enraizador (ou vitamina B1), a planta precisa se adaptar ao seu novo local antes de começar a receber adubo.
Nunca adube uma planta doente. Adubo é alimento, não é remédio. Para “curar” sua planta, você primeiro precisa identificar o problema, saber se é excesso ou falta de água, de sol etc. Só volte a adubar quando ela já estiver estabilizada. Como você vai saber se ela está estabilizada? Simples, quando ela estiver brotando bastante.
Bom, acho que consegui explicar um pouco mais sobre esse tema que é muito discutido nos fóruns entre bonsaístas experientes. Espero que tenha conseguido esclarecer algumas dúvidas, caso tenham alguma pergunta, a caixa de comentários está sempre aberta.

Fonte: Projeto Bonsai

Exemplares













Defoliação ( Desfolha )

Estilos do Bonsai

CHOKKAN - Ereto formal
Um tronco ereto, vertical, é basicamente o estilo CHOKKAN.
Os galhos devem ser arranjados alternadamente um de cada
lado com o terceiro sempre para a parte posterior da árvore.
Os galhos irão diminuindo de tamanho a medida que ficam mais
altos. É aceita uma pequena inclinação. Árvores mais velhas
poderão ter os galhos rebaixados, enfatizando a idade da
árvore que mostra sentir o peso dos anos que passaram. Para
iniciar na Arte Bonsai todos deveriam começar com este estilo
e, quando tiverem muitos anos praticando voltar a êle.
.
MOYOGI - Ereto informal
Esta é uma variação do estilo acima mas com a vantagem
de ser muito mais fácil de desenvolver. A estrutura dos galhos
deve seguir as mesmas condições comentadas acima mas
o tronco fará algumas curvas. Os galhos devem sair da parte
externa das curvas. O visual ficará mais harmônico se o
ápice fizer uma pequena inclinação para frente, assim
como uma reverência ao observador.
.
SHAKAN - Inclinado
Shakan, é uma outra variação do estilo CHOKKAN, com a 
diferença de que não é vertical e o tronco poderá ter algumas 
curvaturas ou seja, não é necessário ser reto. É importante 
observar que as raízes devem ter mais força no lado contrário 
da queda da árvore. Isto mostrará que a árvore se adequou 
para sustentar-se. O nebari, que é o ponto de encontro do 
tronco com o solo, é bastante significativo neste caso. 
Observe a figura ao lado. Este estilo ocorre com frequência na 
Natureza.
.
HAN-KENGAI - Semi-cascata
Este estilo, Han-Kengai, é facilmente encontrado em 
precipícios montanhosos ou precipícios a beira-mar. Simboliza 
árvores que se agarram a uma face de precipício onde elas são castigadas pela neve e vento.
O estilo cascata é muito popular na China. 
A regra que não ser quebrada é a de que o ponto mais baixo 
da árvore deve estar abaixo da borda do vaso mas, acima do 
fundo do vaso.
.
Veja em uma situação natural
.
KENGAI - Cascata
O Kengai, tem as mesmas características do Han-Kengai.
O estilo cascata é muito popular na China. Entretanto as 
cascatas japonesas tem a aparência mais suave comparada 
com as dramáticas cascatas chinesas.
A regra que não pode ser quebrada, neste estilo, é a de que o 
ponto mais baixo da árvore tem que estar abaixo da base do 
vaso.
.
Veja em uma situação natural
Na cascata tradicional, o ápice invertido deve estar 
diretamente abaixo do centro do tronco. Veja figura ao lado.
.
FUKINAGASHI - Varrido pelo vento
Embora perceba-se neste estilo um dos mais naturais 
apresenta também, por assim dizer, um efeito, drámatico. A 
árvore foi açoitada pelo vento durante muito tempo e seus 
galhos e mesmo seu tronco acompanham a direção do vento. 
Não existem regras para o desenho do tronco ou dos galhos e, 
por isto mesmo, esta liberdade faz com que seja difícil 
apresentar um trabalho harmonioso e agradável.
.
Veja em uma situação natural
Ao lado, na imagem, percebe-se o movimento do vento, 
contínuo. Estas condições são observadas facilmente no alto 
das montanhas ou nas regiões litorâneas.
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BUNJING - Literati
Este estilo objetiva representar a antiga caligrafia chinesa. Parece ser o único estilo que não tem uma representação na 
Natureza. O ponto central deste estilo está no tronco e em 
suas curvas. Os galhos estão limitados a parte final da árvore, 
delicados e sugestivos. O aspecto saudável das folhagens 
mostrará uma árvore bem cuidada. A palavra "Literati, é 
derivada da elite intelectual da antiga aristocracia chinesa. A 
criação deste estilo permite a liberdade de expressão do 
artista mas, é indicada apenas para os bonsaístas que já 
adquiriram o domínio de todos os outros estilos.
.
SOKAN - Tronco duplo
No estilo Sokan as raízes (o nebari) são as mesmas para os 
dois troncos diferentemente do que acontece no Estilo SOJU, 
onde as raízes de cada árvore são independentes.
É um dos lindos estilos observados pela comparação que pode 
ser feita de dois parceiros trabalhando juntos. Um casal,  a 
mãe e o filho. Dentro do estilo Sokan, as árvores poderão ter 
as características dos outros estilos como Moyogi, Shakan, 
etc.
.
SEKIJOJU - Raiz abraçada a rocha
Este estilo é verificado em beira de rios e locais onde as 
rochas vão sendo desgastadas e deixando as raízes expostas 
que vão se desenvolvendo sobre as mesmas.
É importante neste estilo que as raízes estejam bastante 
firmes na rocha e de forma natural. A árvore por si pode ter 
qualquer estilo, embora fique menos agradável o Estilo 
Vassoura (Hokidashi) e o Ereto formal (Chokkan).
.
HOKIDACHI - Vassoura
Todos os galhos se iniciam a partir de um tronco vertical sendo
subdivididos até seus pontos extremos.
Considerado um dos estilos mais belos é também um dos mais 
delicados no arranjo da fina rede de pequenos galhos que se 
mostram no período do Inverno. Para este estilo as árvores 
decíduas (Caducas) são as mais adequadas por terem, 
naturalmente, estas características.
.
Veja em uma situação natural
.
YOSE UE - Floresta
Este estilo pode conter a partir de 3 árvores. É importante 
observar que um bosque ou floresta com mais de 7 árvores 
dará mais veracidade ao estilo. A observação do número ímpar 
favorece a harmonia do conjunto. Para quantidades acima de 
21 esta característica (Ímpar) torna-se desnecessária. É 
importante a colocação das árvores de maneira que se 
evidencie a profundidade e perpectiva. Olhando-se de frente 
não se deve deixar que um tronco se interponha a outro.
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NEAGARI - Raiz exposta
É muito comum vermos em nosso País, nos mangues ou em 
beira de rios este estilo mostrado em toda a sua beleza. O 
solapamento das margens dos rios e mangues, pelas águas, vai expondo as raízes criando o Estilo raiz exposta. Quanto mais 
velhas estiverem as raízes, quanto mais dramático for o 
desenho da árvore, mais expressão se consegue no resultado 
deste estilo.
.
Veja em uma situação natural

História do Bonsai

arte chinesa
A Natureza sempre foi o caminho para o homem estreitar suas relações com o divino. Por esse motivo, as florestas eram o templo sagrado de muitas civilizações e a proteção na busca de equilíbrio. Assim, percorrer os caminhos tortuosos da floresta era comum, principalmente entre os monges chineses e os taoístas, interessados em meditar e reabastecer suas energias.
Entre os elementos naturais dignos de adoração, as árvores centenárias eram o exemplo mais marcante de longevidade e superação da ação do tempo. Mesmo expostas a condições desfavoráveis, elas renasciam, floresciam e frutificavam todo ano. Era a verdadeira vitória contra a morte. Com o passar dos anos, surgiu a idéia de levar para as cidades um pouco da “essência mágica” das florestas.
arte chinesa
As árvores, então, começaram a ser cultivadas em vasos pequenos ou bandejas, mas com a aparência de terem vivido muitos anos. Essas miniaturas eram chamadas de pun sai e cada monge budista cuidava do seu exemplar com dedicação absoluta para apresentarem uma expressão de saúde e beleza natural, mas, principalmente, para servirem de veículo à meditação.
Desenvolvida pelos chineses desde o ano 200 a.C., essa arte provavelmente foi levada ao Japão por monges. Na Era Kamakura, entre 1192 e 1333, ocorreu a primeira menção ao bonsai em terras japonesas, sinal de que os nobres já haviam descoberto esse tesouro em miniaturas de ameixeiras, cerejeiras e pinheiros plantados em vasos.
A popularidade do bonsai já era imensa na Era Edo, entre os anos de 1615 e 1867, principalmente pelas espécies floríferas e com folhagens coloridas. O período também é marcado pelo desenvolvimento das técnicas de cultivo e a criação dos estilos básicos.
Mas foi só no começo do século XX que o mundo ocidental pôde admirar a perfeição das árvores cultivadas em espaços reduzidos. As exposições destas pequenas obras de arte, criadas em conjunto pelo homem e a Natureza, davam ao mundo lições de paciência, dedicação e técnica.
O bonsai passou a ser popular nas grandes cidades carentes do contato com a Natureza. Logo, tornou-se um hobby que se espalhou por diversos países. No Brasil não é diferente. Muitas pessoas dedicam anos para dar a forma envelhecida às suas plantas, inclusive muitas nativas. Afinal, num país tropical com tantas espécies de árvores, nada mais justo do que se aventurar pelo mundo do bonsai.

Texto retirado da revista Biblioteca Natureza – Bonsai, Segredos de Cultivo (editora Europa)

OBS.: Apesar de ser responsável pela difusão do bonsai pelo mundo, nem o Japão e nem a China foram os primeiros países a utilizarem técnicas para redução de plantas. Acredita-se que os primeiros a fazer isso foram os curandeiros indianos, que necessitavam transportar plantas medicinais e por isso reduziam as plantas, mesmo sem dar a essa técnica o nome de Bonsai.